Caso Banco Master: o que aconteceu, quais os seus direitos e como resgatar seu dinheiro

Este artigo apresenta uma análise objetiva, técnica e acessível sobre o tema, permitindo que o consumidor compreenda exatamente o que aconteceu, quais são os seus direitos e como proceder para o resgate dos valores.

11/20/20253 min read

A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central em novembro de 2025, já é considerada um dos maiores acionamentos do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) na história recente. A medida surpreendeu milhares de correntistas, investidores e inclusive órgãos públicos que tinham aplicações na instituição.

Diante desse cenário, entender quais são os direitos do investidor, como funciona a atuação do FGC e qual é o procedimento correto para resgatar valores é essencial — especialmente para quem não tem familiaridade com questões de direito bancário.

Por que o Banco Central decretou a liquidação?

A liquidação extrajudicial é a medida mais severa prevista na legislação bancária e ocorre quando a instituição financeira deixa de demonstrar condições mínimas de continuidade operacional — seja por desequilíbrio financeiro, irregularidades graves ou risco sistêmico.

Com a decisão, a administração do banco é afastada e o liquidante nomeado pelo BC assume o controle total, inclusive da carteira de investimentos.

No caso do Banco Master, a liquidação desencadeou imediatamente a atuação do FGC para proteger os investidores.

Como funciona a proteção do FGC

O Fundo Garantidor de Créditos é uma entidade privada, mantida pelos próprios bancos, que tem a função de reembolsar clientes em caso de:

  • liquidação extrajudicial;

  • intervenção;

  • falência de instituições financeiras.

A proteção cobre valores de até R$ 250 mil por CPF (ou CNPJ) por instituição financeira, incluindo aplicações como:

  • CDB;

  • RDB;

  • contas de depósito;

  • letras de crédito (LCI/LCA);

  • letras imobiliárias e financeiras.

Trata-se de uma rede de segurança fundamental para o sistema bancário, permitindo que o investidor recupere seus recursos sem uso de dinheiro público.

Como os clientes do Banco Master devem proceder para receber o ressarcimento

Após a liquidação, o FGC iniciou um processo estruturado de comunicação direta com os clientes. As mensagens estão sendo enviadas por e-mail, indicando:

  • o valor individual garantido;

  • a explicação sobre o limite de R$ 250 mil;

  • o link para iniciar o procedimento de solicitação.

O passo a passo é o seguinte:

  1. Baixar o aplicativo oficial do FGC (Android ou iOS).

  2. Criar um cadastro (primeiro acesso).

  3. Clicar em “Solicitar Garantia”.

  4. Inserir dados pessoais e bancários.

  5. Indicar uma conta de mesma titularidade para recebimento.

O pagamento normalmente ocorre em poucos dias após a validação.

Importante: quem não recebeu o e-mail deve verificar a caixa de spam.

A dimensão do caso Master

Além de afetar pessoas físicas, o episódio impactou também entes públicos. Estados e municípios possuíam quase R$ 2 bilhões aplicados na instituição. Isso reforça a relevância do FGC e ilustra o efeito sistêmico que a liquidação de um banco de médio porte pode causar.

Com a devolução dos valores garantidos, o caso Master se torna um dos maiores acionamentos do FGC já registrados, tanto em volume financeiro quanto em número de investidores atingidos.

O que o consumidor deve aprender com esse episódio

A liquidação do Banco Master traz lições importantes:

1. Diversificação é proteção

Concentrar todo o patrimônio em uma única instituição aumenta o risco de perda temporária de liquidez.

2. Conhecer o funcionamento do FGC é essencial

Muitos investidores só descobriram o limite de R$ 250 mil após a liquidação. Entender previamente o alcance da garantia evita frustrações.

3. Nem todo produto tem garantia

Fundos de investimento, por exemplo, não são cobertos pelo FGC.

4. A atuação jurídica pode ser necessária

Situações como divergências de saldo, restrições cadastrais, atrasos no pagamento ou valores acima da cobertura demandam análise técnica e possível ação judicial.

Conclusão: segurança jurídica e proteção ao consumidor

O caso do Banco Master reforça a importância do direito bancário como instrumento de proteção ao investidor. O acionamento do FGC demonstra que o sistema financeiro brasileiro possui mecanismos sólidos para mitigar danos e preservar a confiança do público.

Contudo, cada situação exige atenção individual. Investidores que não receberam comunicação, tiveram valores acima do limite ou encontraram inconsistências devem buscar orientação jurídica especializada para assegurar seus direitos.